Então, está tudo? Prometo que isto vai ser rápido…
Imagine um cenário hipotético em um stakeholder manda um e-mail em Julho da seguinte maneira:
- Título: Campanha de Natal
- Conteúdo: Esse ano teremos campanha de Natal (como se nos demais anos não tivéssemos). Podem ir criando a campanha de MKT…
- Fim
Oi? É tudo? Cadê os detalhes do job? 🤯
E conforme aconteceu nos anos anteriores, quando faltava apenas uma semana para o Natal veio um outro e-mail com a seguinte informação:
- Campanha de e-mail mkt
- Segmento B2B
- Somente clientes com X de faturamento
- XYZ critérios adicionais
owwwwwww, deu né? Deu! Isso não é uma feature, é um “pastel de vento” que não tem nada dentro.
O povo continua achando que somos uma pastelaria, que é chegar ao balcão e:
- Cliente: “Manel, solta um pastel….”;
- Manel frita e entrega um pastel de queijo ao cliente;
- Cliente: “Mas Manel, era de presunto…”;
- Manel: “Tu pediste um pastel, não disseste qual era o recheio”;
Errado não tá! Agora come!
Falando a sério agora, se nem na pastelaria fazemos isso, por que fazemos na firma?
Que mania feia (e chata) de pedir uma coisa “mambembe” e depois dizer: “Vai fazendo que depois dou-te mais detalhes”.
Eu já trabalhei numa empresa onde um stakeholder pediu para a equipa desenvolver um “web crawler” que depois não serviu para nadinha de nada! Quando perguntei o que estava a acontecer (eu tinha acabado de entrar na firma), o pessoal contou-me e lá fui eu falar com o stakeholder. Interrompi o desenvolvimento do trabalho porque era tempo que seria desperdiçado e defendi que poderíamos interagir com parceiros externos de outra maneira. E assim foi…
Mas essa situação já aconteceu há 5 anos (até aceito esse pensamento para a época) mas em 2021 não podemos aceitar. Esse modelo de “vai fazendo” é perda de tempo, na boa.
Não podemos desperdiçar o PRECIOSO tempo das pessoas para fazer algo que não sabemos se será usado e não tem as informações mínimas do que é.
Estamos a viver um momento muito doido onde as pessoas estão sobrecarregadas de reuniões, trabalho e “priorizações” para continuarmos a fritar pastéis de vento e depois de pronto querer mudar o recheio.
Mudanças são bem-vindas, mas fazer no “go horse” não dá mais.
Não custa nada parar um pouco, olhar pro pedido, esclarecer, refinar e depois pedir para fritar.
Grande parte do nosso trabalho aqui na Agilenow tem sido ajudar os nossos clientes (pessoas e área de produtos) a entender o que eles precisam, priorizar, despriorizar e organizar os pedidos para serem mais efetivos e evitarmos retrabalho e sobrecarga no sistema.
O “engraçado” é que o termo “pastel de vento” já foi adotado por um dos nossos clientes que estamos trabalhando e durante uma planning ou daily a equipa já solta a frase “isso parece um pastel de vento, bora lá refinar e entender melhor isso”. E eles voltam atrás para esclarecer o tema. Ninguém morreu por causa disso.
Sabendo disso, para concluir, quero te perguntar algumas coisas:
- Quantos pastéis você fritou hoje?
- E quantos você pediu para fritar?
- Qual o custo do desperdício / retrabalho disso?
- Qual o impacto do pastel de vento no leadtime?
- Vai continuar assim ou vai atrás para saber qual é o recheio do pastel?
E aí pasteleiro, bora virar o jogo e mudar esse comportamento? 👊🏻👏🏻