Cenário:
«A equipa super ocupada a fazer coisas! Podemos observar algum desânimo, mas na realidade no final da interação o trabalho está pronto.
Passado um par de semanas de trabalho vemos algum cansaço e o desânimo aumentou bastante…. motivação a ir embora…
Em retrospectiva, os cards dizem o mesmo de sempre…. boa comunicação; espírito de equipa; entreajuda, nas coisas boas e a manter… nas coisas menos boas aparece também o de sempre… work items com pouco detalhe; falta de casos para teste…. por ai….
O Facilitador, rato e raposa velha 🐭🦊 nestas andanças pergunta….
– Então rapaziada o que se passa, tenho sentido que estão um pouco em baixo, temos que rever o nosso planning e baixar um pouco o ritmo?
– silêncio – 🦗🦗🦗
Sabendo que o Zé, não perde oportunidade de uma boa discussão…
-Zé, o que pensas disto? Vamos reduzir um pouco o nosso trabalho planeado para nos dar algum tempo? Podemos ganhar algum tempo para fazer alguma pesquisa nas techs que queremos utilizar?
O Zé atira rapidamente:
-Nós temos tempo para essas pesquisas… apenas planeamos 80% do nosso tempo para a iteração, os restantes 20% são mesmo para pesquisar e melhorar o nosso knowhow. Não é por aí
-Então é por onde? Se não forem transparentes comigo, não posso ajudar… ainda não domino a telepatia…como vos posso ajudar? Qual é o desafio?
-Temos recebido pedidos especiais. Na realidade temos uma série de “chefes” a pedir análises, melhorias e pseudo-bug-fixes. temos tentado dar resposta… mas já andamos nisto vai para um par de iterações e começa a ser difícil.
…
»
Pois é, quem nunca?
Na realidade, de quem é a responsabilidade?
- do facilitador? Podia ter identificado isto nas daily ou visto o comportamento da equipa a mudar e ter investigado o tema.
- da equipa? ai a equipa…. atão pois, a equipa…. é ela que aceita fazer o trabalho, é ela que não diz NÃO; mas pode dizer não ? pode não! DEVE! Temos um processo montado, certo? É necessário cumpri-lo para que todos estejam a par do que está a acontecer e o primeiro passo é : ter um work item!
Resumindo, todos temos responsabilidades neste tipo de questão.
É fundamental formar a equipa para que sempre que este tipo de situação aconteça, que um “grande chefe índio” peça algo que se “faz rapidinho” 🏎️ ou é emergência 🚒 (acho que tem nos hospitais!), ela o encaminhe para o facilitador ou para o dono do produto. É um tema que tento desde o início abordar com todos! do mais junior membro da equipa ao stakeholder mais “importante”.
Expedites ou “fura fila” existem, e sempre vão existir, mas esses são VISÍVEIS. Podemos saber quantos são e que impacto tem no trabalho da equipa. Trabalho escondido… ui… esse não é possível de medir… ou talvez seja, em esforço extra, horas extraordinárias, reforço de cafeína, tamanho das olheiras… Devo dizer que nas “minhas” equipas é proibido.
Como facilitador ou como coach, a mensagem que temos que passar no momento em que começamos é: no meu turno não tem trabalho escondido.
Vamos escrever os workitems, damos uma ajuda se necessário, não nos vai cair um braço! Vamos levá-los depois para a equipa para os tentar estimar com a informação disponível e agora sim, mostrar ao requerente o impacto e esforço. Depois disto é priorizar com o dono do produto e fazer a roda andar.
Mas também não vamos super burocratizar o processo: vamos ser ágeis e se necessário trabalhar rapidamente na solução e iniciar a sua implementação.
Resumindo, sem workitem não tem trabalho. NUNCA! (nunca é forte… mas é para aí que queremos ir).
Digam não. Digam um não construtivo, justificado! Vão ver que quem pede vai compreender e vai tentar encontrar convosco a melhor forma de resolver o desafio.
sem 🎫 não tem 👷♀️🧹!
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